Pelo "Caminhos de Caravaggio" (Foto: Mary Sato) |
Nós fizemos em 9 dias o "Caminhos de Caravaggio", é recomendado fazer em 10 dias. Planejando suas paradas, você faz no ritmo que preferir.
Com o coração repleto de alegria compartilho com vocês como foi esta linda jornada pela Serra Gaúcha. Espero que este post possa inspirar você nesta caminhada.
Veja também Caminhos de Caravaggio - Uma Experiência Encantadora.
Canela
Decidimos iniciar o Caminho por Canela, onde chegamos na hora do almoço e aproveitamos para dar uma voltinha e conhecer a Catedral de Pedra que é uma das atrações da cidade. Sua construção em estilo gótico inglês iniciou em 1953 e terminou em 1987. À noite a catedral fica mais linda toda iluminada.Catedral de Pedra |
Neste dia aproveitamos para ir até o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio que está distante 8 km da Central de Informação Turística de Canela. O Santuário estava fechado e visitamos por fora.
Santuário de Caravaggio - Canela |
Se você está chegando agora aqui, deixo te apresentar duas amigas queridas: Vivi, paulistana, que mora há muitos anos no Rio Grande do Sul e a Mary é de Brasília, nos conhecemos no Caminho de Santiago de Compostela em 2015. Estes caminhos nos trazem os melhores presentes: amigos. Com elas seguimos por mais esta jornada.
Hospedagem em Canela
Optamos pela Pousada Cammino Della Serra que é simples, limpa e bem localizada. Está perto da Central de Informações Turísticas, local onde retiramos o Guia Oficial do Peregrino e o passaporte do Caminho.Quarto - Pousada Cammino Della Serra |
O proprietário foi muito gentil e providenciou o café da manhã mais cedo. (peregrino sai cedinho para não ser castigado pelo sol).
Café da manhã - Pousada Cammino Della Serra |
Gramado
À noite fomos ver as belezuras do Natal Luz que para nossa surpresa já havia começado. É um conto de fadas! Cidade cheia em uma segunda-feira de outubro. Imagino na época do Natal! Deve ser um formigueiro 😲 Valeu demais conhecer! É muito lindo!!!Natal em Gramado |
Vamos começar o "Caminhos de Caravaggio"?
1º dia - De Canela até Pousada Colina de Pedra
Após o café da manhã partimos da pousada de Canela, um trajeto planejado de aproximadamente 25 km neste primeiro dia.
Caminhamos parte pelo acostamento da rodovia, onde o barulho dos carros incomodam, mas antes de chegar a Gramado já seguimos por vias secundárias menos movimentadas. O tempo estava fresco, ideal para caminhar.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Após 13 km a chuva nos pegou de jeito e paramos no Moinho Colonial Cavichion. Conversamos com dona Maristela que contou a história do local que é um ponto turístico. Aproveitamos para descansar e lanchar.
Moinho Colonial Cavichion |
Com capas de chuva seguimos e paramos na Família Marcom, um quiosque na beira da estrada onde a Alexandra nos acolheu com muito carinho. Compramos frutas desidratadas e biscoitos deliciosos.
Uma paradinha para um descanso |
O sobe e desce por lindas paisagens da serra e após uma merecida descansadinha em frente a uma das várias casas de madeira antigas que se espalham pela região, chegamos na Pousada Colina de Pedra.
Fomos bem recebidos pela Carol e Marcelo. Bons quartos e café da manhã. A pousada comercializa vinhos e sucos das uvas produzidas na propriedade. Também vende pratos congelados e com a fome que estávamos o jantar foi maravilhoso. Caminhar 25 km no primeiro dia carregando mochila é puxado. Depois o corpo acostuma 😀
Quarto da Pousada Colina de Pedra |
2º dia - Da Pousada Colina de Pedra até Pousada da Dona Solange - Vila Oliva (20,8 km)
O dia amanheceu lindo, mas logo mudou. Vivi teve que voltar para casa. Após belo café da manhã seguimos nós três. Obs - compramos na pousada um kit com lanche e frutas.
Por belas paisagens seguimos e logo tivemos que colocar a capa de chuva.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
E o Caminho é assim, como a vida entre altos e baixos. Confesso que amo um dia ensolarado, mas para caminhar uma chuvinha até que vai bem. Em meus pensamentos os filtros da paisagem iam mudando, sempre imaginava um sol iluminando por onde eu passava. Afinal vemos o que queremos 😀. Quem faz longas caminhadas sabe do que estou falando: você viaja e, às vezes, na maionese.
O Marcelo da Pousada Colina de Pedra nos falou da Ponte do Raposo que foi trazida da Alemanha e inaugurada em 1936, visando encurtar a distância do transporte da produção da região para os entrepostos comerciais. Para cobrir o investimento era cobrado um pedágio para cada tipo de transporte e travessia (a pé, de cavalo, charrete, caminhão, etc). Foi um dos primeiros pedágios da região unindo Caxias do Sul a Gramado. Para beijar não se pagava nada!!!!! 😍
Ponte do Raposo (Foto: Mary Sato) |
Neste segundo dia alguns personagens como anjos foram surgindo. Em uma ladeira daquelas bravas, um morador chamado Paulo estava na porta de uma casa simples de madeira. Como é comum ao longo deste percurso, os vários cachorros que cada morador tem, veem nos saudar. Em princípio, os latidos podem dar um certo receio de que vamos ser atacados, mas basta uma palavra de carinho, os rabos já começam a balançar e a ameaça vira uma sequência de afagos. Nessa situação o Sr. Paulo perguntou ao marido se estava tudo bem. Aí o papo começou. De forma simples nos mostrou que a vida que leva é o que faz ele feliz. Disse que a terra lhe dá tudo que precisa e é essencial. Numa paisagem de cair o queixo vive a vida de forma plena. Às vezes corremos tanto atrás de coisas que não nos levam a nada, não é mesmo? Assim se faz o Caminho: ouvindo, aprendendo, conhecendo anjos e são estas as melhores viagens.
Pelo "Caminhos de Caravaggio " |
Depois deste encontro, a chuva veio com tudo. Raios, trovões e nada da Vila Oliva. Estávamos encharcados, nem capa de chuva, nem bota impermeável aguentou o aguaceiro.
Alguns quilômetros adiante avistamos a pequena Vila Oliva e nos abrigamos em um mercadinho. Lá soubemos que a luz havia acabado. Debaixo do temporal continuamos até a Pousada da Dona Solange, onde o Sr. Volnei e a dona Clair (irmã da dona Solange) nos receberam com o maior carinho do mundo.
Lavamos e penduramos nossas roupas no varal. Sr. Volnei colocou lenha no fogão e as botas por perto para tentar secar. Assim foi nos acariciando enquanto dona Clair preparava um cafezinho e uma mesa linda com pães e frios. Ah! Como um carinho de mãe faz bem! Assim passamos o final da tarde conversando e esperando a luz retornar para tomarmos um banho quente.
Sr. Volnei, Mary, dona Solange, Re, dona Clair e um casal amigo da família |
Jantar na Pousada da dona Solange |
Depois das 22h a chuva voltou com tudo, a luz acabou e num cansaço enorme, eu, pelo menos, desmaiei. Dona Solange nem dormiu, pois há alguns anos uma grande tempestade destruiu a vila. Mesmo assim, logo cedo estava com o sorrisão no rosto.
Quarto Pousada da Dona Solange |
Depois do café da manhã chegou a hora da despedida que não foi fácil. Estes anjos estarão sempre em nossos corações 💓. Muito obrigada dona Solange, dona Clair e Sr. Volnei.
Dona Solange |
3º dia - Da Pousada da Dona Solange até o Seminário em Santa Lúcia do Piaí (15,6 km)
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Trecho curto e agradável até a Igreja de Santo Izidoro. Para chegar ao Seminário, há um desvio de 4 km de um ladeirão daqueles.
Quando chegamos lá no alto no pequeno Distrito de Santa Lúcia do Piaí, ainda faltavam 600 metros até o Seminário.
Quando chegamos lá no alto no pequeno Distrito de Santa Lúcia do Piaí, ainda faltavam 600 metros até o Seminário.
Nós e o Seminário |
E os padres são uns queridos!!! O Seminário é bem bonito e tudo limpo. Fátima e Aline que trabalham lá, nos receberam muitíssimo bem. Tomamos um bom banho, almoçamos e à tarde foi hora de descanso. Até wi-fi tem por lá.
Quarto do Seminário |
À noite jantamos com os padres e rolou um papo super agradável, além da confraternização com chimarrão.
No outro dia pela manhã participamos da oração com os padres que nos abençoaram para seguirmos em nossa jornada. Lindo demais!
Tomamos café e o padre Adriano nos levou de carro até o ponto do desvio para seguirmos o Caminho.
Os padres: Adriano, Evanilson , noviço Valdinar e nós |
4º dia - Do Seminário em Santa Lúcia do Piaí até Hospedaria Bom Pastor (uns 20 km)
Caminho bem bonito e o tempo começou a abrir. Passamos pelas igrejas de São Paulo e São Maximiliano que estavam fechadas.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
A travessia dessa ponte foi com emoção: rio bem cheio a forte correnteza. Fiquei com medo 😕. Havia muitas borboletas na ponte, quanta beleza! Só não contava que as mutucas iriam atacar minhas pernas. Portanto, não esqueça de passar repelente quando sair do Seminário.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Após atravessar a ponte, seguimos por muitas subidas com um sol de rachar o coco. Mais alguns quilômetros, chegamos em uma rodovia e tivemos que caminhar por um acostamento. Paramos no Mulki Café e lá ficamos algum tempo para descansar. Pedimos medialuna com frios, que estava divina. O Rê e a Mary tomaram cerveja já comemorando mais uma etapa.
Brindando mais uma etapa |
Já estávamos bem perto da Hospedaria Bom Pastor. Fomos recepcionados pela linda Gleci que carinhosamente nos levou para um quarto limpinho e cheiroso.
Além de uma cozinha à disposição dos hóspedes, a Hospedaria tem também uma lavanderia e varal que é excelente para os peregrinos.
A Hospedaria é junto com a Escola Bom Pastor. Oferece cursos profissionalizantes voltados para a agricultura e pecuária para jovens da região. É mantida pela comunidade luterana. Oferece hospedagem aos alunos também. O café da manhã é ótimo e a maioria dos produtos são produzidos lá.
A dona Gleci indicou para jantarmos no Restaurante Wazlawick de excelente padrão. Leva o nome da família que tem uma história centenária. Lá já foi armazém, hospital, salão de baile e outros. O restaurante é todo decorado com móveis utilizados nessas diversas funções, sendo que alguns foram adaptados ao restaurante, como mesas que foram as camas da família. Vale a pena conhecer e experimentar as delícias!
Dona Gleci mais um anjo que surgiu em nosso Caminho. Muito obrigada! 💓
A Hospedaria é junto com a Escola Bom Pastor. Oferece cursos profissionalizantes voltados para a agricultura e pecuária para jovens da região. É mantida pela comunidade luterana. Oferece hospedagem aos alunos também. O café da manhã é ótimo e a maioria dos produtos são produzidos lá.
A dona Gleci indicou para jantarmos no Restaurante Wazlawick de excelente padrão. Leva o nome da família que tem uma história centenária. Lá já foi armazém, hospital, salão de baile e outros. O restaurante é todo decorado com móveis utilizados nessas diversas funções, sendo que alguns foram adaptados ao restaurante, como mesas que foram as camas da família. Vale a pena conhecer e experimentar as delícias!
Restaurante Wazlawick |
Dona Gleci mais um anjo que surgiu em nosso Caminho. Muito obrigada! 💓
Dona Gleci e nós |
5º dia - Da Hospedaria Bom Pastor até Pousada da Chácara (23,1 km)
O início deste trecho é pela Linha Brasil, uma rodovia movimentada e sem acostamento. Caminhar por alí foi bem perigoso.
Caminhar por rodovias - Linha Brasil |
Depois que saímos da rodovia, o caminho é muito agradável com casas bonitas, som dos pássaros e murmúrio dos riachos.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Por volta 14h30 com um calor infernal chegamos na Pousada da Chácara. No final da tarde caiu um temporal horrível. O quarto tem varanda para um bosque e as árvores balançaram muito. Assustou!
Quarto -Pousada da Chácara |
À noite a pousada chamou um motorista para nos levar na cidade de Nova Petrópolis. Jantamos no Café Kenl e aproveitamos um pouco da Oktoberfest que estava acontecendo. Chopp, comidas e música na rua coberta. Muito bom!
Oktoberfest Nova Petrópolis |
6º dia - Da Pousada da Chácara até Pousada Recanto das Águias (18,6 km)
A pousada serviu mais cedo um ótimo café da manhã. É muito bom a gentileza das pousadas oferecerem o café da manhã mais cedo para os peregrinos.
Saímos debaixo de um garoa fina. No trajeto tem muitos cachorros, uns simpáticos outros nem tanto. Não tivemos nenhum problema. O que corta o coração é ver alguns cachorros presos em corrente. E está cheio pelo Caminho!😔
Saímos debaixo de um garoa fina. No trajeto tem muitos cachorros, uns simpáticos outros nem tanto. Não tivemos nenhum problema. O que corta o coração é ver alguns cachorros presos em corrente. E está cheio pelo Caminho!😔
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Foi um percurso bem agradável, passamos por muitas plantações de uvas e pêssegos. Não caia na tentação de pegar as frutas se estiverem dentro de uma propriedade. Comemos algumas jaboticabas que o proprietário ofereceu.
Jabuticabas pelo Caminho |
Chegamos cedo na Tenda Pouso das Águias que é uma lanchonete em frente à pousada. Comemos um pastel bem gostoso e depois a família nos levou para um local onde costumam se reunir. Aí as histórias rolaram e muitas risadas.
Tenda Pouso das Águias e Pousada Recanto das Águias - recebidos com muito carinho |
Depois de muito bate-papo, fomos para Pousada Recanto das Águias que é a casa da Zilda e do Gilmar. Fica no mesmo terreno, porém mais reservada. Eles não estavam, chegaram mais tarde, pois tinham compromissos profissionais. Foram muito atenciosos: deixaram frutas e café.
A Pousada Recanto das Águias ainda não consta no guia oficial impresso, só no eletrônico.
Zilda Whatapp 54 9164-1728
A Pousada Recanto das Águias ainda não consta no guia oficial impresso, só no eletrônico.
Zilda Whatapp 54 9164-1728
Pousada Recanto das Águias |
Quardo -Pousada Recanto das Águias |
A casa é um charme. Aproveitamos para descansar e lavar roupa. Quando eles chegaram o Gilmar preparou um jantar super gostoso e aí papeamos até tarde. Foi uma delícia estar com eles. Muito obrigada casal pelo carinho!
Zilda,Gilmar e nós |
7º dia - Da Pousada Recanto das Águias até Capela Caravaggeto (21,5 km)
Cedo tomamos um café gostoso na Tenda Pouso das Águias que fica em frente à pousada. Uma deliciosa tostada com café com leite. Dividi a tostada com o marido, porque é grande.
Tenda Pouso das Águias |
Esse 7º dia precisamos contar com muita fé, pois foi um aguaceiro tremendo por quase todo trajeto. Por alguns momentos tivemos que procurar abrigo. E não é que quando já tínhamos caminhado alguns quilômetros, lembrei que não tinha pego o carregador do celular 😒. Com a chuva que estava não dava nem para ligar para pousada. Assim que conseguimos um abrigo, ligamos e gentilmente o Gilmar pegou o carro e veio nos encontrar trazendo o carregador.
Foto em um momento de trégua da chuva (Foto: Mary Sato) |
No caminho passamos por um rio que estava muito cheio, aí bateu um medão. Adiante surgiu uma associação com uma área grande coberta e com bancos. Paramos para descansar um pouco e comer. Deu até para tirar um cochilo 😀.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Deste ponto seguimos por muitos quilômetros sem ver ninguém até próximo a Capela Caravaggeto onde tem uma placa do Hotel Di Capri. Lá tentamos ligar para o hotel, só que o celular não tinha sinal. A instrução que recebemos foi: peça para algum morador entrar em contato com o hotel. E assim conhecemos a fofa da dona Janete que nos encheu de mimos: bergamotas, docinhos, chá e amor. Papeamos e rimos muito. Mais um anjo no Caminho que com seu acolhimento até esquecemos que tínhamos caminhado na chuva por aproximadamente 7 horas.
Dona Janete e nós |
Em 20 minutos, Zucco, o simpático dono do Hotel Di Capri, nos pegou na casa da dona Janete e nos levou para o hotel que é ótimo. Pelo trajeto foi nos apresentando a região.
Zucco e nós |
Quarto - Hotel Di Capri |
À noite, o jantar foi no Restaurante Antonielle, indicação do Zucco. Um motorista do restaurante veio nos pegar no hotel e nos trouxe de volta. Pedimos um bife à parmegiana que estava maravilhoso. Um prato serve bem 3 pessoas.
8º dia - Da Capela Caravaggeto até Vinícola Colombo (15,5 km)
Após um ótmo café da manhã, o Zucco nos levou até a Capela Caravaggeto para retomarmos nossa jornada. Obrigada Zucco por tanta gentileza!
Hotel Di Capri |
Em mais um dia chuvoso seguimos nosso Caminho por lindas paisagens, plantações de uvas e pêssegos. Muita água rolando pelas montanhas. Impressionante as corredeiras passando pelos parreirais.
Pelo Caminho de Caravaggio (Foto: Mary Sato) |
Cenas que inundam o coração de alegria. O rapaz leva seus cães para trabalhar com ele. Um chamego só.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Em mais uma subida do Caminho avistamos o distrito de São Roque. Gente me senti no Caminho de Santiago, muito parecido com alguns vilarejos que passamos por lá.
Visitamos a Vinícola Slomp onde fomos atendidos pelo simpático Roque. Experimentamos sucos de uvas que eu amei. O Rê e a Mary degustaram graspa (grappa). Roque nos levou para conhecer uma parreira centenária. Conversamos e rimos muito. Muita simpatia pelo Caminho.
Parreira Centenária (Foto: Mary Sato) |
Logo chegamos na Vinícola Colombo, onde Sr Antonio nos recebeu. Ele estava nervoso, pois a região estava sem luz e já tinha feito um plano B para que fôssemos para um hotel. Decidimos ficar por lá (uma casa restaurada do século XVIII). É esta de madeira que está na foto.
Sr Antonio, nós e a casa |
Quarto Vinícola Colombo |
Conhecemos sua vinícola, lavamos roupa e tomamos banho frio 😞
Vinícola Colombo |
À luz de velas passamos a noite. Sr Antonio deixou alguns ingredientes para fazermos uma fortaia (omelete) e o café da manhã. Marido foi para cozinha e providenciou o jantar.
Preparando o jantar à luz de velas na Vinícola Colombo |
9º dia - Da Vinícola Colombo até Santuário de Caravaggio (22,5 km)
Na madrugada a luz retornou e como um presente de Deus o dia amanheceu maravilhoso. Preparamos o café da manhã e saímos para nosso último dia de caminhada.
Café da manhã na Vinícola Colombo |
Já na estrada, passamos pelas parreiras do Sr. Orlando, um simpático senhor que papeou conosco e quis saber sobre a caminhada, convidou para um café. É muito carinho de todos os lados.
Sr. Orlando e nós |
Mais ou menos no km 12, chegamos em uma barraca que vende frutas, pães, queijos e outros. Paramos para comer e descansar.
O proprietário sentou conosco e conversa vai e vem falamos das dores da vida. A história dele nos comoveu muito. Tinha perdido a filha única em um acidente de carro há pouco tempo.
Um amigo me chamou para cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso e fui. Clarice LispectorSó sei que depois dessa conversa, não senti os 10 km que faltavam, muito menos o subidão final. Segui em oração, em agradecimento.
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Pelo "Caminhos de Caravaggio" |
Diga se não é a mão de Deus, chegarmos ao Santuário com um céu azul desse.
Chegar nunca foi o objetivo, em nenhum momento ansiamos pela chegada. O Caminho foi acontecendo.
Santuário de Caravaggio Farroupilha |
Nem sei por que, mas entramos na igreja menor (que está à direita) e ficamos em silêncio cada um com sua prece. Fiquei muito emocionada e agradecida. Seguimos para o Santuário, havia começado a missa e por lá ficamos.
Após a missa, seguimos com o Reitor do Santuário, padre Gilnei Fronza, que nos entregou o certificado, ganhamos adoráveis presentes e participamos da cerimônia de tocar o sino. Gente foi uma surpresa para nós todo este ritual, foi muito emocionante!
Os cajados feitos pelo Rê com madeiras e galhos encontrados pelo Caminho foram deixados no Santuário para que pudessem ser utilizados por outros peregrinos.
Após a missa, seguimos com o Reitor do Santuário, padre Gilnei Fronza, que nos entregou o certificado, ganhamos adoráveis presentes e participamos da cerimônia de tocar o sino. Gente foi uma surpresa para nós todo este ritual, foi muito emocionante!
Os cajados feitos pelo Rê com madeiras e galhos encontrados pelo Caminho foram deixados no Santuário para que pudessem ser utilizados por outros peregrinos.
Santuário de Caravaggio Farroupilha (Foto: Leandro Ávila) |
Em frente ao Santuário está o Hotel Bem Te Vi. Dormimos e jantamos por lá. Mariane e Rudnei nos atenderam super bem.
Quarto do Hotel Bem Te Vi |
Rudnei e nós |
Realmente fomos presenteados, veja que lindeza o Santuário à noite e estava um frio danado.
Santuário de Caravaggio Farroupilha |
Como é bom cair na estrada e viver as coisas simples da vida: curtir o pôr do sol, comer uma fruta no pé, um abraço apertado, o som dos pássaros, um sorriso iluminado, um cafezinho com bolo, um bom dia bem dado, o barulho da chuva, papear com as pessoas, observar a lua ...
São as coisas simples da vida que trazem felicidade, aprendizado, bondade, acolhimento, paz, amor... Que sigamos assim: amando e sendo amados.
Viva Caminhos de Caravaggio!!!
Conheço Caravaggio em Canela e em Farroupilha e sou devoto de Nossa Senhora de Caravaggio. Porém ao ler o relato da Quenia e do Reginaldo no Face sobre o "Os Caminhos" fiquei encantado e com muita vontade de "organizar" com amigos esta aventura. Além da simplicidade dos relatos e das pessoas ao longo do caminho, a beleza das fotos contagiou. E a parte em que fala dos queridos amigos Zilda e Gilmar e da Pousada Recando das Águias foi para "fechar" com "nota 10"!!!
ResponderExcluirQue maravilha!Organize sim com seus amigos, é muito lindo. As pessoas são maravilhosas!
ExcluirZilda e Gilmar são especiais e estão em nossos corações.
Abraços
Que texto lindo, minha amiga! Deu para sentir a emoção desse caminho. Preciso ter preparo físico para fazer um desses um dia. Beijo grande
ResponderExcluirAmiga ainda vamos fazer juntas!
ExcluirFico feliz que tenha gostado, foi escrito com muito amor. Beijos
eu quero fazer o caminho, tem alguma empresa ou guia que organiza
ResponderExcluirOlá! Eu acredito que não tem. Alguns grupos de amigos se formam para fazer o Caminho que é bem sinalizado. Há uma página no face, pergunte lá https://www.facebook.com/caminhosdecaravaggio/?ref=br_rs
ExcluirAbraços
wwww.caravaggio.org.br/caminhosdecaravaggio
ExcluirParabéns e muito obrigada por este relato. Traz boas informações pra quem, como eu, pretende fazer o Caminho. No aguardo do fim da pandemia pra programar! Abraços!!!
ResponderExcluirIsaura obrigada pelo carinho.
ExcluirO Caminho de Caravaggio é maravilhoso, você irá amar.
Abraços
Que lindo blog, me emocionei. Estou querendo começar minha vida de peregrina em 2021, tenho medo de fazer sozinha o caminho, talvez seja melhor em grupo. Parabéns!!! Gostei muito do blog, foi inspirador.
ResponderExcluirIsa muito obrigada e ficamos felizes que o post tenha inspirado você.
ExcluirMuito bom ser peregrina, na torcida para que você consiga cair na estrada em 2021.
Dê uma olhada no instagram @natrilhas, Cá Costa está fazendo agora o Caminhos de Caravaggio e formará grupos. Ela já acompanha grupos no Caminho da Fé.
Abraços
Olá Fernanda! Ficou com vontade? Faça, quando der. É maravilhoso!!!
ResponderExcluirSei que não foi caro, mas não tenho ideia do quanto gastamos. Lamento.
Abraços e obrigada pela visita.
Quenia
Todo relato do caminho é emocionante, mas confesso que a frase de Clarice Lispector, comentada nos relatos, mexeu muito comigo, muito mesmo.
ResponderExcluir"Um amigo me chamou para cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso e fui"
Deus abençoe a todos vocês, a todos nós!
Farei este caminho. Abraços.
André quanto carinho em sua mensagem.
ExcluirFicamos felizes que você gostou do relato e que inspirou você a querer fazer o caminho.
Abraços e bom caminho!
Boa tarde, tudo bem? lindo o relato e as fotos... pergunto? tem muita subida?? estamos pensando em fazer em 7 dias andando, vc acha possivel? estou juntando no terceiro trecho ate hospedaria Bom Pastor (35.60) e no sexto trecho do recanto das Aguias ate Vinicola Colombo (36km). Meu grupo é condicionado .... até a primeira bolha kkkk Agradeço
ResponderExcluirOlá! Por aqui tudo bem e feliz de saber que farão o Caminhos de Caravaggio.
ResponderExcluirVamos as respostas: Tem trechos com mais subidas. Sugiro você entrar no site https://caravaggio.org.br/caminhosdecaravaggio . Tem os mapas mostrando o trajeto com as subidas.
No Guia é sugerido fazer em 10 dias, nós fizemos em 9 pque saimos do centro de Canela e não do Santuário e assim nossa hospedagem no 1º dia foi na Pousada Colina de Pedra - 25 km
2º dia da Pousada Colina de Pedra a Dona Solange - 20,8 km
3º dia - Vc quer ir Dona Solange à Hospedaria Bom Pastor 35,60 km, se o grupo é condicionado está ótimo. Nós amamos a experiência da hospedagem no Seminário, é uma pena pular. Mas se vcs não têm tempo, está tudo certo.
6º dia - Jesuiscristinho 36 km do Recanto das Águias até Vinícola Colombo, é chão. Se vcs são condicionados, está ótimo.
Se não cuidar, bolhas vão surgir kkk. Vasilina nos pés e micropore nos dedos, funcionam para mim.
Obs - Faça reserva nas hospedagens. Se tiver problema com alguém do grupo, acredito que é fácil chamar Uber.
Espero ter ajudado, se tiver mais alguma dúvida é só chamar.
Obrigada pela visita no blog.
Abraços e bom caminho!
Quenia
Boa noite amigos, se eu quiser sair do Santuário de Caravaggio em Farroupilha e ir até Caxias são quantos quilômetros?
ResponderExcluirOlá! Consultei no Google são 33 minutos de carro (25,7 km).
ExcluirAbs
Muito obrigada por compartilhar todas estas informações!!
ResponderExcluirGostaria de saber se é apenas da Hospedaria Bom Pastor até Pousada da Chácara que tem autoestrada movimentada sem acostamento. Achei bastante perigoso. Pensei até na possibilidade de chamar um Uber para este trecho. Será que é possível?
Grata desde já pela resposta
Obrigada pela visita e desejamos um abençoado caminho.
ExcluirEste trecho é curto, fique atenta, não vejo necessidade de chamar Uber.
Abraços
Acabei de organizar minhas reservas de Hotel. Nossa viagem vai durar 12 dias (12 noites em hotel ou pousada). Ficou 1.145 por pessoa (dividindo quarto de casal). Uma pessoa sozinha em quarto individual sai quase 1.500. É o caso da minha amiga. Espero ter ajudado.
ResponderExcluirUma viagem incrivel! Parabens e obrigada pelos relatos!
ResponderExcluirESTOU Programando essa viagem e gostaria de saber se é possivel vc falar a sequencia das cidades. Pq vc relatou as Pousadas mas não mencionou a localidade de delas. Obrigada
Olá Martinha! Realmente é incrível!
ExcluirSugiro você olhar o site do Caminhos de Caravaggio, pois está atualizado e com mais opções de hospedagens - https://caravaggio.org.br/caminhosdecaravaggio/
Em nosso Caminho iniciamos em Canela com as seguintes paradas (todas hospedagens indicadas pelos organizadores):
Pousada Colina de Pedra - Gramado
Pousada D Solange - Caxias do Sul
Seminário - Santa Lúcia do Piaí - Caxias do Sul
Hospedaria Bom Pastor - Nova Petrópolis
Pousada da Chácara - Nova Petrópolis
Pousada Recanto das Águias - Nova Petrópolis
Di Capri Hotel - Farroupilha
Vinícola Colombo - Farroupilha
Se precisar de mais alguma informação, é só chamar.
Abraços e bom caminho!
Uau!! vc é incrível!! Muito obrigada pela resposta. Me ajudou muito!!! :)
ResponderExcluirTerminando este relato com lágrimas nos olhos e muita emoção!
ResponderExcluirQue descrição incrível a de vocês. Me senti na própria pele!
Estou pensando em realizar o caminho...
Sou mulher e iria sozinha. Vocês acham que teria problema? Com relação a segurança, quero dizer.
Um grande abraço!
Lú se está pensando, programe e vá, é muito bonito!!!
ExcluirQuando fomos não cruzamos com peregrinos. Já vi (pelo instagram) algumas mulheres que fizeram o caminho sozinha e foi tranquilo.
Entre em contato com a associação https://caravaggio.org.br/caminhos-de-caravaggio para obter informação sobre fazer o caminho sozinha.
Abraços e obrigada pelo carinho
Quenia
Parabéns pelo texto, gratidão por compartilhar está e outras experiências, somos Paulo e Patricia de São Paulo, realizaremos o caminho em Setembro 22, é possível informar os contatos dos locais que se hospedaram ?
ResponderExcluirPaulo no site https://caravaggio.org.br/caminhos-de-caravaggio/guia-do-peregrino, você encontrará essas informações que devem estar atualizadas. Qualquer dúvida é só chamar.
ExcluirAbraços
Quênia